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segunda-feira, 10 de maio de 2010

EDUCATION = EDUCAÇÃO ?



"Meretriztização da Formação Pedagógica"
Era uma vez uma “cidade encantada” onde havia cinco faculdades privadas pagas e uma Universidade pública consagrada. Nela, profissionais diversos eram formados, porém sua (i) moralidade humana era bem pouco contestada. Não apenas por ser no Brasil ou pelo serviço público prestado por ela ser laica, gratuita e de qualidade para todos. Enfim, existe também no setor privado pago, a meretriztização sã e alienada da formAção pedagógica presencial ou à distanciAção.
Toda área de humanas, exatas ou biológicas, possui sua pedagogia própria e singular no que diz respeito às especificidades de cada área em questão. A degradação das relações humanas é refletida na troca de favores protocolados e em serviços permutáveis entre docentes e discentes neste universo universitário universal e uníssono.
Não podemos nos esquecer do fio do preconceito que compõe esta teia de intrigas, submerso na manta da hipocrisia humana, quando nos despimos das crenças, raças, dos gêneros e da condição social que cada ser humano carrega durante sua vida, salvaguardado da herança genética e enraizado na sociedade humana desde o princípio dos tempos.
Constatamos por fim, a função de “cocotes”, grifo este meu e livre do gênero ao qual este ser humano pertença em suas relações acadêmicas. O discurso político exemplar, notório e merecedor dos aplausos externos constituem o cenário ideológico que se quer vender, através de vitrines que meçam os índices de desenvolvimento humano em educação dos discentes e a produção acadêmica de qualidade tanto desses alunos, quanto dos professores contratados em regime de dedicação (semi) exclusiva.
Porém, o produto final após anos de dedicação aos estudos, sejam estes com ou sem bolsas acadêmicas, em pesquisas de iniciação cientifica e entre outras trocas de favores dentre atores antagônicos e seus pares, resulta em uma sub-relação “feudal” daqueles que dominam um pensamento hipoteticamente hegemônico e que querem dele se servir para justificar sua aparente superioridade e, esta devido aos títulos concedidos por outros homens mortais como nós, mas portadores de tais títulos exibidos em seus currículos acadêmicos ou mesmo pela cátedra que ocupam. Sobrepõem-se desta forma, àqueles que possuem além do livre arbítrio concebido pelo Pai Eterno, do conhecimento de mundo adquirido, que os levam a pensar por si mesmos, faz com que a decepção e a revolta com as práticas pedagógicas sejam constantes, mas, infelizmente relevantes a esses oráculos auto-intitulados deuses do saber e da (des) educação aplicada no eterno país do faz de contas em questão.
Este reino encantado outrora pueril possui estreitas semelhanças com o mundo da escola da vida, que tem formado milhões de “meretrizes”, “cocotes”, “damas” e “cavalheiros de companhia” para abastecer o rico cenário da hipocrisia dominante no país do carnaval tropical sul-americano, que desde seu simbólico descobrimento, só entra pelo cano. Cabe aqui salientar que tais relações estão vinculadas a força do capitalismo que através de sua infra-estrutura, cerceia qualquer anseio pleno de liberdade democrática almejado historicamente pela superestrutura social.
Voltemos nosso olhar à escola pública, raiz material dos problemas sociais epidêmicos deste nosso país em crescimento hipoteticamente acelerado; pois sendo um Aparelho Ideológico do Estado (AIE) que ela é, a escola pública sobrevive às reformas governamentais singulares a cada governo bipolar vigente, o que não altera as características dos ciclos de ensino e o conteúdo de seu currículo enfraquecido por atividades extracurriculares que depredam ainda mais a estrutura da tão sonhada educação pública laica, gratuita e de qualidade para todos.
A situação atual do ensino é perturbadora, pois salvo as obrigações com o ensino formal que cabe ao Estado - é claro, outra tarefa foi atribuída aos professores do Ensino Infantil, Fundamental e Médio, doutores da alegria na função de animar as disciplinas ministradas e orquestradas por um dos órgãos do AIE (Aparelho Ideológico do Estado); que por muitas vezes fica a cargo (extra) dos docentes no Ensino Superior, ou seja, a educação moral, os princípios e os valores humanos, deixaram de ser ensinados em seus lares por seus genitores, que acreditam fielmente que o Estado deva também exercer o papel de pai e mãe em suas unidades escolares.
Desta forma, o papel do professor em sala de aula foi totalmente descontextualizado de sua natureza essencial e sadia, devido à crescente falta de respeito nas salas de aula de todo o país. Assim, os professores, outrora bem formados, não conseguem mais ministrar suas aulas com qualidade e desta forma perdem o controle de seu pueril alunado. Estes por sua vez, ignorando plenamente o que sejam os direitos e deveres de um cidadão brasileiro, conforme roga a nossa Constituição Federal, se servem de leis criadas para eles no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para agredirem, expurgarem e ferir seus mestres docentes.
Poderíamos desta forma, classificar temporariamente os alunos de cada ciclo da educação pública e privada paga brasileira, como patologias clínicas distintas, almejando Mudanças Já!. Quando realmente a reconhecermos como uma das feridas mais graves de nossa sociedade de classes - e que não para de crescer, haverá uma esperança concreta – e não mais abstrata, para que essas sejam estancadas, medicadas, quiçá curadas; sendo assim, nossas crianças e jovens poderão realmente vivenciar um futuro melhor, talvez não para si, mas para os netos dos netos de seus netos.
Infelizmente, o que presenciamos nas unidades escolares são alunos que possuem um péssimo comportamento social, dando assim um mau exemplo para seus pares. Estes poderiam ser denominados de Selvagens (para alunos do 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental I), de Bárbaros (para alunos do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental II), a Era do Caos (vivenciados por alunos do 1° ao 3° ano do Ensino Médio) e a Era da Pasmaceira, Alienação ou da Inquietação (vivenciados por alunos universitários).
Descortinado o palco da mais grave patologia da sociedade brasileira, queremos acreditar que um dia a infecção do analfabetismo, mesmo que funcional, seja cerceada plenamente para que por fim formemos cidadãos críticos e reflexivos, conforme reza a bula de todos os Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) das Unidades Escolares (UE) existentes em nosso Brasil Varonil do Monte Caburaí ao Chuí.
Aplausos e respaldos não vão faltar, para aqueles que desta peça empírica tupiniquim quiserem participar, uma cena demasiadamente bem ensaiada, pautadas em métodos fundamentados fenomenologicamente incontestáveis de acordo com os registros históricos nacionais, que constituem e perpetuam os herdeiros de um corpo docente ora tradicional ora construtivista, além é claro, de um corpo discente parcialmente ora alienado e ora formado por militantes anarquistas e pelos rebeldes digitais sem causa, que continuam dissipando uma ideologia plagiada em várias teorias e métodos mal formulados e assim adi eterno seu serviço continuarão a (em) prestar, se servindo da etérea bolacha pedagógica para se calar.

David Lorenzon Ferreira
21 de junho de 2.008. 15h46min.
23 de junho de 2.009. 14h52min.

Médicos & pacientes: uma relação de amizade / organização Márcio Martelli, Ruth de Almeida Rodrigues. - - Jundiaí, SP: Editora In House, 2009. P. 46-49. ISBN 978-85-7899-039-8

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