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quinta-feira, 17 de junho de 2010



Um sonho lá no Céu

Naquela manhã acordei com plena paz de espírito, despertei tranqüilamente de uma noite de sono agradável e sereno, meu corpo estava rejuvenescido e leve, tínhamos um céu de Brigadeiro lá fora e os pássaros cantavam nas árvores, aparentemente estava perfeito.
Assim que abri os olhos, lembrei-me do sonho maravilhoso que tive naquela noite. Lembro que acordei neste sonho no meio de um culto religioso, num lindo e iluminado templo com um teto bem alto, o ar estava claro e as paredes eram tão brancas que irradiavam luz, porém não havia altar e nem púlpito, não havia imagens religiosas de crença alguma e mesmo a Cruz de Cristo fazia-se ausente nas paredes.
Estávamos todos sentados em antigos bancos de madeira como os das igrejas católicas, dispostos no formato de um semicírculo como dos antigos teatros greco-romanos da antiguidade, todas as pessoas ao meu redor estavam felizes e prontas para me ajudar, em ‘algo’ que eu não entendia absolutamente nada a principio.
Eu sentia um amor verdadeiro no olhar das pessoas e neste instante de reflexão fui tocado no ombro direito por um homem de trinta e poucos anos, moreno claro, mais de um metro e oitenta de altura, usava barba bem tratada e uma veste bem clara, mas que não pude identificar o modelo de sua época. Ele apenas me tocara para chamar a minha atenção para o sermão que ele mesmo estava pregando, porém a única palavra que pude compreender vindas dele foi quando ele chamou um dos dois espíritos de luz, ou anjos, que estavam ao seu lado; cujas únicas palavras que pude entender dele foram: “- Anjo Gabriel, não é verdade o que vos digo?... - Anjo Gabriel, não foi assim que aconteceu?”.
Os rostos dos anjos eu não pude ver, eram altos e robustos, não tinham as famosas asas que conhecemos dos afrescos e imagens que decoram as igrejas católicas, porém deles vinha uma forte luz branca maior do que aquela que envolvia todo aquele templo.
Em seguida a cena muda e me vejo do lado de fora do templo, na frente de uma imensa porta de madeira que guardava aquele santuário. Partindo dela, nascia um caminho de pedras que se estendia até a rua, de cada lado havia plantas e flores que decoravam aquele jardim. Nesse momento enxerguei-me no meio de todas aquelas pessoas, que estavam comigo dentro do salão dos sermões. Virei-me para trás e dei de cara com uma moça loira de cabelo com um corte do tipo Chanel, de olhos verdes e muito sorridentes.
“- Oi?” disse-me ela.
O natural nesses casos seria dar a mesma resposta a quem nos cumprimentou, porém num súbito e espontâneo ato de firmação religiosa disse-lhe que eu era católico e ao mesmo tempo segurei o meu crucifixo, o mesmo que carrego em meu pescoço. Pensei que sua resposta fosse diferente de minha crença, mas ela respondeu tão espontaneamente o mesmo que fiquei sem mais o que dizer.
“- Eu também sou católica”.
Ao me virar para a rua novamente vi uma grande amiga paulistana pedir informações a uma senhora que transitava pela calçada. Sandra é o seu nome, uma morena de cabelos e olhos negros, estatura mediana, corpo esbelto, mulher de expressões e personalidade forte e marcante, segura de si e totalmente autoritária; ela mora no bairro Jabaquara, zona sul da cidade de São Paulo. Atualmente trabalha em sua nova profissão, cabeleireira. Nós nos conhecemos em 2003, quando trabalhamos juntos na central de atendimento de uma empresa de telefonia celular, como operadores de telemarketing, atendendo ligações telefônicas seis horas por dia. Quando pensei em ter com ela um dedinho de prosa, Sandra sumiu tão rapidamente quanto apareceu em minha frente.
Logo após olhei para cima a fim de ver o céu e fui surpreendido ao me deparar com a fachada de um edifício de uma empresa aérea já falida, mas que em meu sonho abrigava uma empresa de origem alemã e que mesmo conhecendo um pouco deste lindo idioma, não pude entender o significado em seu letreiro.
O estranho é que conheço bem esta região do Jardim Aeroporto, ali nas imediações do Aeroporto de Congonhas em São Paulo e sei que em frente ao mesmo edifício, não há igreja de religião alguma. Sendo assim, como ela estaria ali e como eu senti estar em outro plano que não este nosso plano mortal?
Tive esta duvida em meu sonho também, mas antes que eu pudesse questionar a alguém, todos já haviam voltado para o salão dos sermões e eu adentrei ao templo em busca deles. Ao chegar na porta de um salão onde pensei ser o culto, encontrei-a vazia e de repente comecei a sentir uma falta de ar seguida de um incomodo na garganta, mais parecido com aquela sensação de bala puxa-puxa quando entala na garganta.
Corri para o outro lado daquele imenso templo, vi uma moça trajada com um terninho azul marinho, pedi sua ajuda, pois eu estava sufocando, sentia-me completamente desesperado e quase não conseguia falar. Ela socorreu-me com um copo de água que trouxe numa bandeja, bebi imediatamente o liquido e pude então respirar normalmente. Já aliviado e vivo, perguntei-lhe pelo salão dos sermões, para onde fui encaminhado, onde tomei meu assento.
De volta às palavras sagradas me senti leve, estava transparente e flutuava em meu lugar como se o meu corpo não fosse mais físico e sim espiritual. O estranho era que minha alma compreendia e sentia o sentido das palavras que aquele Senhor pronunciava em seu sermão, correspondendo de imediato aos seus significados, mas as únicas palavras que eu realmente entendi foram: “Anjo Gabriel, não é verdade o que vos digo?... Anjo Gabriel, não foi assim que aconteceu?”. Depois de ouvir estas palavras novamente despertei deste lindo sonho, acordei em minha realidade mortal terrestre e sinto saudade do que vivi e espero reviver um dia, mas neste tempo estarei com os meus irmãos em Cristo e habitarei na casa de nosso Criador, nosso DEUS e PAI Eterno, em seu reino de glória e alegrias eternas, na cidade de Nova Jerusalém. Que assim seja! Amém!


David L. Ferreira 07/06/2006.
01/01/2007, 19h38min

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